13 de julho de 2015

Lembre-se de quem é o verdadeiro inimigo



  A série Jogos Vorazes, da Suzanne Collins, se popularizou tanto que é difícil alguém não conhecer a história. Mas, para você que realmente não conhece, vou deixar aqui (http://www.literature-se.com/2014/01/resenha-jogos-vorazes.html) o link da resenha feita pelo blog Literature-se, um blog que eu amo e acho que tem uma opinião bem parecida com a minha.

  Mas hoje, diferentemente dos outros posts, estou aqui para falar de um assunto sério que anda me incomodando há um tempo. É melhor eu falar agora, antes que ''A Esperança part. 2'' seja lançada nos cinemas. Antes de começar, quero falar da pessoa que realmente me inspirou em fazer esse post: A Victoria do canal/blog ''Chiclete Violeta'' que fez um vídeo chamado ''A Hipocrisia de Jogos Vorazes'', que é realmente incrível e que todos precisam ver.

  Mas, Helena, você não gosta de Jogos Vorazes? Veio aqui para falar mal da trilogia?

  De jeito nenhum eu vim falar mal. Na verdade, acho que Jogos Vorazes é excelente e a escritora é excepcional. É  minha trilogia favorita de todos os tempos, além de ser um dos meus livros favoritos da vida, então eu não vim para falar mal da série de livros. Vim para falar como a mídia das adaptações cinematográficas (os filmes) acaba comprometendo toda a mensagem que os livros querem passar.

  Começamos pelo fato: qual é realmente a mensagem que os livros querem passar? Os distritos (12, antigamente 13) são tratados pela Capital com mão de ferro, limitando todos os seus passos. Na Capital, as pessoas apenas se preocupam com a beleza, com sua maquiagem, com o seu cabelo, e como tem comida e dinheiro em abundância, nem se preocupam com as pessoas pobres que estão logo ao seu lado.

  Qualquer semelhança com a realidade não será mera coincidência.

  Vamos parar um pouco e refletir sobre isso. É a divisão de classes. Enquanto uns vivem sua vida (por mais que seja artificias, pois são resumidas em comer e ver pessoas morrendo na arena) tendo tudo de bom e de melhor, enquanto outros tem que se humilhar com migalhas de pão. Não estamos vivendo essa realidade? Não estamos realmente vivendo isso?

  Ah, Helena. Mas você está começando a passar dos limites. Não acha realmente que vai ter um Jogos Vorazes na vida real, não é?

  Desculpe ter que informar, mas nós estamos exatamente e concretamente vivendo em Panem.

  E mesmo assim, existem pessoas que vem e dizem: ''mas eu sou a Katniss! Eu sou o símbolo da revolução!''. Não, você está mais para Capital. Todos nós somos a Capital. Nós vivemos uma vida artificial, compramos coisas artificiais, ouvimos músicas artificiais, somos artificiais. Mas isso quer dizer que não podemos ser a Katniss? Nós podemos ser a Katniss. ''A Katniss representa o desejo de revolução de cada um de nós'', como disse a Victoria. Então, todos podemos ser ela. Basta apenas querermos.

  E então, vamos as adaptações cinematográficas. Também não estou falando mal dos atores e nem do filme. Eu acho a Jennifer Lawrence genial e o filme muito bem feito. Estou falando mal da mídia do filme.

  Mas por que, Helena?

  Por esse motivo: poderíamos dizer que as pessoas que vão ao cinema vão pelo fato de quererem ver uma distopia que retrata o mundo de hoje, quererem ver um filme com base política e depois debater isso com os amigos enquanto tomam um vinho, vão pelo fato de quererem sair do cinema e tirar uma conclusão para a sua vida, não é mesmo?

  Não. Elas vão pelo fato de quererem ver sangue derramado no chão, querem ver pessoas lutando e enfiando facas umas nas outras, querem ver pessoas morrendo e muitos gritos. Ou vão pelo fato de acharem bonitinho o romance da trilogia. Por que sim, meus amigos. Existem pessoas nesse mundo que acham que Jogos Vorazes se resume em sangue e ''team Peeta'' ou ''team Gale''. Ficam mais preocupadas com o romance, enquanto crianças estão caminhando para a morte!

  Termino esse post, do mesmo jeito que a Victoria terminou o dela. Pedindo, pelo amor de deus, para a mídia e certas pessoas a partir de hoje começarem a ver Jogos Vorazes com outros olhos. Com olhos críticos. Com olhos revolucionários.

  Existe um cartaz, que é o cartaz mais genial com a frase mais genial do mundo. É a Katniss, segurando um arco e flecha, e escrito embaixo: ''Lembre-se de quem é o verdadeiro inimigo''. E ela está apontando para você.



 

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