25 de outubro de 2015

Não olhe embaixo da cama - Especial Horror



  Ah, olá querido. Você já vai dormir? Mas tão cedo?
  Bom, se é assim, tudo bem. Venha, deite. Isso. Quer que eu ponha os lençóis em você? Pronto. Está bem confortável?
  Ótimo.
  Mas, calma, não feche seus olhos! Quero lhe contar uma história.
  Cinderela? Claro que não.
  Bela Adormecida? Muito menos.
  Não, querido. Essa história é diferente. Não tem final feliz.
  Libere sua mente. Você vai precisar usar sua mera criatividade.
  Vamos lá.

  _________

  ''Onde estamos?''. Não é você que faz as perguntas aqui. Fique calado. Você pode acordar ele.
  Você quer saber quem é ele? Bom, melhor você nunca descobrir.
  Venha, vamos andando. Falta pouco tempo para meia noite, não podemos ficar por aqui uma hora dessas. Temos que correr.
  Vamos por esse corredor. Droga, está escuro. Ué, temos uma lanterna aqui. Por que será que...
  É uma armadilha. Ele quer mesmo que peguemos esse caminho.
  Mas não há outro, infelizmente.
  Correremos o risco.
  Ok, não podemos encostar na parede. Não, não toque em nada! Nem nesses quadros. Como assim ''são bonitos''? Claro que são bonitos. São bonitos de propósito, para te puxar até a morte.
  Ou melhor dizendo, para você puxar a morte.
  Entendeu? Não toque em nada. Isso, passos calmos. Olhe por onde pisa.
  Conseguimos sobreviver o corredor. É, eu sei, parece idiota. Mas poucos conseguem.
  Ainda não achei a armadilha. Melhor não duvidar de nada. Ele é traiçoeiro.
  Shhh, silêncio. Ouvi algo.
  São passos.
  Portas rangendo.
  Corra, ele está perto.
  Rápido!
  Não, querido, não vou poder ir com você...
  Boa sorte.

  _______

  A garota caminhava pelo grande corredor, arrastando suas mãos pela parede...  O papel de parede estava velho, desgastado. O piso rangendo a cada passo dos seus pequenos pés. A garota tinha os cabelos louros pálidos caindo lhe na cara, os olhos negros vidrados na frente.

  Mas não olhavam para nenhum lugar.

  Ela viu uma porta ao seu lado. E, por instinto, caminhou para dentro. Um quarto solitário, sem janelas, com apenas uma mesa no centro. Ela se aproximou. Um pequeno livro e um bilhete.

  ''A última pessoa que leu esse livro voltou sem os dois olhos da cara. Boa sorte para tentar desvendar o enigma, criança.''

  A garota sabia que não deveria abrir o livro, mas abriu. As páginas gritaram. Tudo ao seu redor se mexeu. Ela sentiu arrepios lhe subindo pelo corpo, dos dedos dos pés até a ponta do cabelo louro. O mundo estava se mexendo, acordando. A porta atrás dela se fechou. Ela se virou para olhar o que tinha acontecido.

  Nunca mais foi vista.

  _______

  Ei, você aí!
  Já voltou?
  Gostou da pequena viagem?
  Como assim ficou com medo?
  Você é uma pessoa muito medrosa. Pare com isso.
  Essa é a primeira história de muitas outras que vou contar para você apartir de hoje.
  De novo essa pergunta sobre ''quem é o mostro''!
  Vou lhe contar um pouco da aparência dele.
  Dor.
  Morte.
  Sofrimento.
  Arrepios.
  Pronto, agora você está com medo. Eu te avisei.
  Por hoje é isso. Até amanhã.

  ______

  Ah, um último aviso!
  Não olhe embaixo da sua cama.
  Ele pode estar lá esperando por você.
  Só isso.
  Bons sonhos...




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